segunda-feira, 19 de julho de 2010

Lembrando quem você é

Nesse momento uma batida descomunal sai do som como um chute que te faz perceber a realidade ao redor, nesse momento um carro passa na rua, mais uma vida, mais uma história. Eu lembro de outros tempos, quando as cores faziam sentido, quando tudo o que tinhamos nos bastava, quando não existia nenhuma guerra interna. Desde cedo eu aprendi que a vida não é justa, aprendi que os bons amigos devem ser preservados e os ruins banidos, aprendi que nada muda, nada no mundo é igual e tudo se separa. Eu percebo um grande incidente quando eu presencio ele, mas ninguém entende, ninguém vê e ninguém sabe... As pessoas vivem cegas pela rotina e pelas nuvens da pobreza, a pobreza de espirito, a pobreza de paz, a pobreza de inteligência, de capacidade, de silêncio. Nunca vou esquecer de tudo o que aconteceu, eu tenho saudade do que não pode existir, do que não vai voltar nunca mais, e isso pode ser perigoso pra quem não sabe reagir a esses sentimentos. "Eletric is the love" diz a música, uma batida do coração, uma esperança... Tantas pessoas fingindo ser o que não são, tantas pessoas querendo pisar em ti, tantas pessoas que não passam de merda no asfalto e acham que podem ser gigantes. Gigantes somos nós que sobrevivemos diariamente em cima das nossas vidas, que tentamos sem sucesso, mas que tentamos, que somos mais verdadeiros do que um romance em um barco no rio. Pobre de ti que finge achar a vida maravilhosa, mas não tem metade do que precisa. Eu aprendi a não precisar de nada, e assim tem sido ano após ano... As pessoas são tão ocupadas com a banalidade da vida que não sabem o objetivo de tudo, e o objetivo é só esperar o último dia, o último olhar, o último inverno.

Um comentário:

Jonnas... disse...

Gostei bastante. Consegue ser interessante e simples. Além disso, é divertido de se ler. Gosto do jeito que você escreve.