quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

É da vida

Temos dois personagens temerosos de suas próprias vidas, um não existe sem o outro, são unidos desde o nascimento por um cordão invisível que, com o tempo, vai encurtando cada vez mais e, no fim, os une pela eternidade. Em meio ao caos que é a cidade moderna, eles lutam por algo que existe somente dentro de cada um, aquela vontade incontrolável, aquele chão em que pisamos todos os dias. Um momento de nirvana, um momento de reflexão, um momento de incerteza, um momento de desintegração. As duas almas formam três corpos, mas não do ventre e sim da personalidade, é o legado máximo que cada um pode deixar. Quando separados, nada mais existe, nada mais permanece. Não se pode separar o que foi gerado em conjunto. Não precisam de anéis e padres para eternizar o que já foi eternizado milhões de anos antes, como se tal sentimento pudesse ser controlado por humanos. Percebem que a vida mudou, que o antes é ofuscado pelos anos de isolamento, não existem retornos e bifurcações para o traçado torto que cada um desenhou. São secos e tolos, brutais e gentis, horizontais e lindos. São o amor.

2 comentários:

Unknown disse...

Muuuuito bom, André.

Anônimo disse...

O amor que ninguém vê, que ninguém sente, que só o coração sabe nos mostrar.